Quando te peguei no caixão,
foi em mim que segurei.
Uma árvore com o teu nome
foi chorando o que eu gravei.
Cada grão de pó sobre ti
é peso que carrego,
mas tal fardo de amor,
a levá-lo não me nego.
Tenho o rosto negro
de tanto chorar
Cada passo para a cova
é de amarga armonia.
Entre tudo o que deixaste
está uma cadeira vazia.
É de noite que os meus ossos
são trespassados pela dor.
Quando chamei não respondeste
quem escutará o meu clamor?
Tenho o rosto negro
de tanto chorar
Tenho o rosto negro
de tanto chorar
Lançaste o trigo sobre o mar
e da colheira sou eu filho.
Agora que o sol se curva
o horizonte é o meu trilho.
O teu sangue nunca será
coberto pelo pó,
nem sepultura haverá
onde enterrar o meu grito.
O teu sangue nunca será
coberto pelo pó,
nem sepultura haverá
onde enterrar o meu grito.
Tenho o rosto negro
de tanto chorar
Tenho o rosto negro
de tanto chorar
--
Jónatas Pires
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