Tudo o que tu vês
Faz parte da ilusão
O espantalho sem pés
O teto sem o chão
E a chuva lava tudo para não olharmos mais para trás
Se a paixão diz à pena
O que ela vai escrever
Se o amor é um poema
Então não quero saber ler
Ó chuva lava tudo para não olharmos mais para trás
E enquanto apanho os restos do que deixas por aí
Memórias que seguem, saudades que apertam
De tudo o que eu não vivi
Não quero sol! Não quero sol!
Ó chuva lava tudo para não olharmos mais para trás
E se um dia chegar
ao novo amanhecer
Mesmo à luz do olhar
Só te vejo a escurecer
Ó chuva lava tudo para não olharmos mais para trás
E enquanto apanho os restos do que deixas por aí
Memórias que seguem, saudades que apertam
De tudo o que eu não vivi
Não quero sol! Não quero sol
Ó chuva lava tudo para não olharmos mais para trás
Mas eu não posso dar-te aquilo que não é meu para dar
Não encontro a cura para a fome que dura
E que teimo em não matar
Eu não quero nada, eu não quero nada
Eu só quero que a minha chuva
Lave tudo para não olharmos mais para trás
Não olhes nunca mais para trás
Não olhes nunca mais para trás
Não olhes nunca mais para trás
Não olhes nunca mais pra trás
sábado, 25 de abril de 2015
domingo, 27 de julho de 2014
Pedro Lucas: Casa das Àguas Livres
Eu sei que não é o melhor sítio
também não é a altura certa
mas guarda lá as armas todas
e tira também o alerta
Por trás desses cabelos loiros
desculpa lá que eu insista
mas brancas estão as alegrias
está o meu querer, a minha crista
Vem lá comigo passear
não custa a pé p'ra minha casa
há lá um barco mesmo à porta
e há a maré enquanto vaza.
Vamos os dois de mão dada,
oferece toda a tua dor
aí pode a morte vir pescar
que antes caçou o amor
Anda lá, vá lá
canta lá, vá lá
anda lá, vá lá
p'ra a casa das águas livres
Anda lá, vá lá
canta lá, vá lá
anda lá, vá lá
p'ra a casa das águas livres
Eu sei que não é situação
em pedra e bem na contramão
mas vai ser lindo de mão dada
avançamos pela geada
Bem dentro dessas mãos magrinhas
só um sorriso e é salvação
nem sequer tens que falar
é só quereres cuidar e então
Tu vens comigo passear
no meu carro ir por aí
sou todo para te acalmar
uma meia estação para ti.
Vem lá, anda lá, vá lá
pelo lado bom da rua
nem a morte é p'ra chorar
se esta alma for toda tua
Anda lá, vá lá
canta lá, vá lá
anda lá, vá lá
p'ra a casa das águas livres
Anda lá, vá lá
canta lá, vá lá
anda lá, vá lá
p'ra a casa das águas livres
Anda lá, vá lá
canta lá, vá lá
anda lá, vá lá
p'ra a casa das águas livres
também não é a altura certa
mas guarda lá as armas todas
e tira também o alerta
Por trás desses cabelos loiros
desculpa lá que eu insista
mas brancas estão as alegrias
está o meu querer, a minha crista
Vem lá comigo passear
não custa a pé p'ra minha casa
há lá um barco mesmo à porta
e há a maré enquanto vaza.
Vamos os dois de mão dada,
oferece toda a tua dor
aí pode a morte vir pescar
que antes caçou o amor
Anda lá, vá lá
canta lá, vá lá
anda lá, vá lá
p'ra a casa das águas livres
Anda lá, vá lá
canta lá, vá lá
anda lá, vá lá
p'ra a casa das águas livres
em pedra e bem na contramão
mas vai ser lindo de mão dada
avançamos pela geada
Bem dentro dessas mãos magrinhas
só um sorriso e é salvação
nem sequer tens que falar
é só quereres cuidar e então
Tu vens comigo passear
no meu carro ir por aí
sou todo para te acalmar
uma meia estação para ti.
Vem lá, anda lá, vá lá
pelo lado bom da rua
nem a morte é p'ra chorar
se esta alma for toda tua
Anda lá, vá lá
canta lá, vá lá
anda lá, vá lá
p'ra a casa das águas livres
Anda lá, vá lá
canta lá, vá lá
anda lá, vá lá
p'ra a casa das águas livres
Anda lá, vá lá
canta lá, vá lá
anda lá, vá lá
p'ra a casa das águas livres
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segunda-feira, 7 de abril de 2014
Clã: Museu do Mundo
As ondas vêm,
as nuvens vão,
sem direcção,
etc e tal,
tudo igual.
As horas vêm,
os dias vão,
na imensidão,
sem voltar pra trás,
tudo em paz.
No museu do mundo
onde eu me perdi.
Nesse lugar
não há futuro
onde chegar,
nem continuar,
nem morrer.
Estamos sós,
nós dois a sós,
só tu e eu,
nessa solidão,
sem nos ver.
No museu do mundo
onde eu me escondi.
Restos mortais
e animais
em estinção,
rastos ancestrais
pelo chão.
E nada mais,
só mesmo espirais
de um furação
na respiração,
vêm e vão,
vêm e vão.
No museu do mundo
onde estou aqui.
-- Clã
as nuvens vão,
sem direcção,
etc e tal,
tudo igual.
As horas vêm,
os dias vão,
na imensidão,
sem voltar pra trás,
tudo em paz.
No museu do mundo
onde eu me perdi.
Nesse lugar
não há futuro
onde chegar,
nem continuar,
nem morrer.
Estamos sós,
nós dois a sós,
só tu e eu,
nessa solidão,
sem nos ver.
No museu do mundo
onde eu me escondi.
Restos mortais
e animais
em estinção,
rastos ancestrais
pelo chão.
E nada mais,
só mesmo espirais
de um furação
na respiração,
vêm e vão,
vêm e vão.
No museu do mundo
onde estou aqui.
-- Clã
quinta-feira, 13 de março de 2014
Walter Benjamin: Rosto Negro
Quando te peguei no caixão,
foi em mim que segurei.
Uma árvore com o teu nome
foi chorando o que eu gravei.
Cada grão de pó sobre ti
é peso que carrego,
mas tal fardo de amor,
a levá-lo não me nego.
Tenho o rosto negro
de tanto chorar
Cada passo para a cova
é de amarga armonia.
Entre tudo o que deixaste
está uma cadeira vazia.
É de noite que os meus ossos
são trespassados pela dor.
Quando chamei não respondeste
quem escutará o meu clamor?
Tenho o rosto negro
de tanto chorar
Tenho o rosto negro
de tanto chorar
Lançaste o trigo sobre o mar
e da colheira sou eu filho.
Agora que o sol se curva
o horizonte é o meu trilho.
O teu sangue nunca será
coberto pelo pó,
nem sepultura haverá
onde enterrar o meu grito.
O teu sangue nunca será
coberto pelo pó,
nem sepultura haverá
onde enterrar o meu grito.
Tenho o rosto negro
de tanto chorar
Tenho o rosto negro
de tanto chorar
--
Jónatas Pires
foi em mim que segurei.
Uma árvore com o teu nome
foi chorando o que eu gravei.
Cada grão de pó sobre ti
é peso que carrego,
mas tal fardo de amor,
a levá-lo não me nego.
Tenho o rosto negro
de tanto chorar
Cada passo para a cova
é de amarga armonia.
Entre tudo o que deixaste
está uma cadeira vazia.
É de noite que os meus ossos
são trespassados pela dor.
Quando chamei não respondeste
quem escutará o meu clamor?
Tenho o rosto negro
de tanto chorar
Tenho o rosto negro
de tanto chorar
Lançaste o trigo sobre o mar
e da colheira sou eu filho.
Agora que o sol se curva
o horizonte é o meu trilho.
O teu sangue nunca será
coberto pelo pó,
nem sepultura haverá
onde enterrar o meu grito.
O teu sangue nunca será
coberto pelo pó,
nem sepultura haverá
onde enterrar o meu grito.
Tenho o rosto negro
de tanto chorar
Tenho o rosto negro
de tanto chorar
--
Jónatas Pires
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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Lucas Bora-bora: Deus na Rádio
Primo o botão
ouço uma voz
já não estou a sós
com a mira
na mala
espero plo
António Sala.
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
Afino a estação
ruído atroz
já não está entre nós
sumira-se-lhe a fala
foi-se a ver
coração estala.
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
E é só estar atento, ligar e ganhar
oiço deus na rádio.
E é só estar atento, ligar e ganhar
oiço deus na rádio.
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
E é só estar atento, ligar e ganhar
oiço deus na rádio.
ouço uma voz
já não estou a sós
com a mira
na mala
espero plo
António Sala.
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
Afino a estação
ruído atroz
já não está entre nós
sumira-se-lhe a fala
foi-se a ver
coração estala.
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
E é só estar atento, ligar e ganhar
oiço deus na rádio.
E é só estar atento, ligar e ganhar
oiço deus na rádio.
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
E ele bate bate bate bate bate bate contra a chuva
E é só estar atento, ligar e ganhar
oiço deus na rádio.
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quinta-feira, 28 de novembro de 2013
River (de Joni Mitchell) por 14 cantoras portuguesas
Tocado e cantado por Joana Machado, Sofia Vitória, Luisa Sobral, Susana Travassos, Joana Barra Vaz, Rita Redshoes, Selma Uamusse, Márcia, Ana Moura, Mariana Norton, Patícia Antunes, Marta Hugon, Marta Ren e Francisca Cortesão.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Márcia e Dead Combo: Visões-Ficções
Já vejo o mar a crescer
Onda gigante a varrer
Só vejo corpos a boiar
Vejo a cidade a ruir
E o chão que se está a abrir
Só oiço gente a gritar
Ai que eu estou a delirar
O que é que eu estou a inventar?
Não vos quis impressionar
São tudo fantasias que o cinema projectou no meu olhar
Velhas profecias que o vidente deixou escrito para assustar
Já vejo a vida a fugir
Da força de resistir
Já não consegue respirar
Do céu eu vejo descer
O fim em cargas a arder
Já ouço a terra estoirar
Ai que eu estou a delirar
O que é que eu estou a inventar?
Não vos quis impressionar
São tudo fantasias que o cinema projectou no meu olhar
Velhas profecias que o vidente deixou escrito para assustar
--
António Variações (letra com pequenas adaptações relativamente ao original)
Onda gigante a varrer
Só vejo corpos a boiar
Vejo a cidade a ruir
E o chão que se está a abrir
Só oiço gente a gritar
Ai que eu estou a delirar
O que é que eu estou a inventar?
Não vos quis impressionar
São tudo fantasias que o cinema projectou no meu olhar
Velhas profecias que o vidente deixou escrito para assustar
Já vejo a vida a fugir
Da força de resistir
Já não consegue respirar
Do céu eu vejo descer
O fim em cargas a arder
Já ouço a terra estoirar
Ai que eu estou a delirar
O que é que eu estou a inventar?
Não vos quis impressionar
São tudo fantasias que o cinema projectou no meu olhar
Velhas profecias que o vidente deixou escrito para assustar
--
António Variações (letra com pequenas adaptações relativamente ao original)
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